quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A Copa do Mundo é nossa?! Parte 2



         O Lance publicou uma matéria de grande impacto. Segundo a reportagem os sócios do Comitê de Organização Local da Copa do Mundo de 2014 seriam a CBF e a pessoa física de Ricardo Teixeira.
         A CBF teria direito a 99,99 % dos lucros e Teixeira, a 00,01%, o que já estranho. Mas mais estranho ainda é que esse percentual poderia ser mudado de acordo com a vontade dos sócios, ou seja, Teixeira poderá ficar com 100% dos lucros do Mundial no Brasil, ou investir em projetos sociais ou de interesse da CBF. Agora é esperar qual a opção que será escolhida.
         Normalmente em um mundial é comum a participação do governo, de empresários e da entidade que comanda o futebol no país. Só que no Brasil as coisas não seriam tão comuns assim, não é?! A aqui Copa será só a CBF e o seu sócio Ricardo Teixeira, que também é presidente da entidade.
         A Copa da Alemanha, por exemplo, obteve lucros de mais de R$ 260 milhões. Com esse dinheiro, o governo alemão, responsável pelo Comitê Organizador, escolheu destinar os recursos para a Federação Alemã de Futebol (DFB) e a Liga Alemã de Futebol (DFL). Dizem que a Copa aqui no Brasil poderá arrecadar em lucros mais de R$500 milhões.
         O que o presidente da CBF fez por incrível que possa parecer, está dentro das leis. O contrato está registrado na Junta Comercial do Rio de Janeiro.
         O COL/2014 foi formado em 2008 por Ricardo Teixeira. Ele é presidente da entidade, que também formada por sua filha, Joana Havelange (gerente-geral), entre outros ligados ao cartola.
         Qual o Legado que o Brasil vai deixar depois que a Copa passar? E os estádios, se tornarão mesmo elefantes brancos? Cada vez mais, infelizmente, as respostas dessas perguntas se tornam claras.
         E por fim, deixo a seguinte pergunta: a CBF não é uma entidade sem fins lucrativos nos seus estatutos, como poderia obter todos os lucros da Copa do Mundo?

Mais sobre o assunto : Matéria do lance

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A volta por cima



         Como se sabe ser jogador de futebol no Brasil é o sonho da maioria dos meninos e que na maioria das vezes, o sucesso é para poucos. Mas aqueles que conseguem adquirem uma responsabilidade muito grande, pois é uma oportunidade transformadora na vida de qualquer garoto pobre e de sua família e não são todos que estão preparados psicologicamente e emocionalmente para isso.
         É uma ascensão social meteórica, carro, mulheres e dinheiro aos seus pés e não é de hoje que se veem jogadores envolvidos em festas regadas a orgias e drogas, chega até ser comum.
         Às vezes certas histórias caem como uma bomba, por serem totalmente opostas ao que se pode ver nos noticiários. São histórias que andam na contramão de um país que tem, 3 milhões de usuários de maconha, 1,2 milhão de usuários de crack e 870 mil de usuários de cocaína, segundo dados da ONU e IBGE.
         O atacante do PSV, o brasileiro, Jonathan Reis, 21, foi demitido do clube no inicio do ano por envolvimento com drogas. O atleta que chegou cinco dias atrasado na concentração, foi submetido a fazer um exame de antidoping que detectou cocaína, o time holandês ainda ofereceu tratamento ao atleta, que o recusou, acarretando na sua demissão.
         O uso de drogas na vida do jogador começou dentro de casa, antes mesmo de se tornar jogador profissional, seu próprio pai era usuário de crack.
         A volta por cima de Jonathan começa em Belo Horizonte, em que ele assiste ao vivo a morte do seu amigo que estava sentado em um banco de praça ao seu lado. A partir daí, ele decidiu procurar uma clinica de reabilitação. Após a sua recuperação o time holandês contratou o atacante de volta. Hoje, a camisa 30 do PSV, vem se destacando no setor ofensivo da equipe.
         Histórias como essa existem cada vez mais. Claro que o jogador também é culpado, mas os clubes nessas horas tem o papel fundamental de não só pensar o jogador como uma mera mercadoria, mas também como ser humano.

sábado, 6 de novembro de 2010

Morte de atletas: fatalidade ou descaso?



         Em apenas duas semanas dois atletas profissionais morreram. Será que essas mortes foram apenas fatalidades ou existe muito mais coisa de baixo dos panos?
         No dia 23 de Outubro, o atleta americano, Fran Crippen, de 26 anos, morreu durante a última etapa da Copa do Mundo de maratona aquática, disputada nos Emirados Árabes Unidos. As condições desfavoráveis para a prática da competição vêm gerando sérias criticas a organização do evento, que mesmo com a temperatura da água beirando os 30 graus liberou a realização da prova. A alta temperatura da água pode ter sido um dos fatores para o mal súbito do atleta. Outra reclamação, é que apenas 30 atletas estavam na água e não havia botes suficientes para dar a devida segurança aos competidores. O corpo do americano só foi encontrado horas depois, já sem vida. Crippen era vice-líder do ranking mundial e venceu o PAN de 2007, no Rio de Janeiro.
         No ultimo dia 2, a morte do surfista havaiano Andy Irons, 32 anos, pegou todos de surpresa. Segundo, informações não oficiais, o tri campeão mundial de surfe teria contraído dengue hemorrágica na etapa portuguesa do Mundial. O Surfista retornou para sua casa, no Havaí e em seguida viajou para disputar a etapa do Rip Curl Pro Search em Porto Rico. Chegando ao Caribe, o surfista sentiu um mal estar. Sem condições de seguir na competição, voltou aos EUA. . A morte do atleta teria ocorrido quando ele estava a caminho do Havaí. Seu corpo foi encontrado num quarto de hotel em Dallas, onde se hospedou, depois de não conseguir vôo para o Havaí.
         A morte de Irons poderia ser pura fatalidade, mas talvez não seja. A maioria dos melhores lugares para se surfar, como em Porto Rico, onde Andy disputaria a etapa, possui condições precárias de saúde. Precauções quanto à saúde devem ser tomadas, como tomar vacinas e cuidados mínimos de higiene. Provavelmente a dengue hemorrágica contraída em Portugal, pode sim, ter sido agravada em Porto Rico.
         Fato é que a morte de dois atletas experientes não foram casos isolados, providências devem ser tomadas pelas organizações não só do surfe ou de maratonas aquáticas, mas de todas as modalidades esportivas. Os atletas têm o direito de ter plena segurança e apoio para poderem competir. Diante dos fatos, essas tragédias, infelizmente, foram anunciadas. Que as devidas providências possam ser tomadas para que novas mortes não aconteçam.